
A ARTE DA CURA
Medicina alternativa no cuidado do corpo, da mente e da alma
por Túlio Daniel e Ligia Cypriano
Foto: Túlio Daniel
A medicina alternativa é uma prática que engloba abordagens e tratamentos não validados, cientificamente, mas que favorecem a manutenção e restauração da saúde física, mental e, até, espiritual. Esse tipo de tratamento, também conhecido como pseudomedicina, vai de contraponto à medicina convencional, pois não faz o uso de antibióticos e fármacos para a cura.
É comum pensarmos em medicina alternativa quando preparamos um chá ou alguma pomada a partir de plantas e elementos naturais encontrados no nosso próprio quintal, prática antiga feita pelos indígenas, antes da ascensão da medicina convencional. Entretanto, a medicina alternativa vai além disso, possuindo diversos tipos com as mais diferentes origens e épocas de descobrimento. Dividida em cinco categorias principais, ela aborda as seguintes práticas:

Nessa jornada de autoconhecimento, entenda sobre algumas medicinas alternativas e técnicas de cura, e como elas vão além de meras práticas, auxiliando no tratamento inerente de cada pessoa de acordo com suas necessidades e prevenções.

Imagem: Acervo Wix
HOMEOPATIA
“A decisão de buscar por essa linha de tratamento foi pela modalidade de abordagem que ela usa, considerando uma avaliação integral da pessoa, onde é importante avaliar os sintomas mentais, emocionais, energéticos e físicos” - Ernandes Pereira, homeopata.
A homeopatia é um tipo de medicina alternativa que teve sua origem em 1796, quando Samuel Hahnemann, médico alemão, publicou sua primeira dissertação que abordava o assunto de forma coerente e sintética, trazendo os princípios e fundamentos, antes discutidos por outros médicos, agora como forma de compor a homeopatia, ou, como ele chamava, “a arte de curar”. No Brasil, essa prática foi ter abrangência apenas em 1840, pelo médico francês Benoit Jules Mure, que fundou no Rio de Janeiro o Instituto Homeopático Brasileiro.

Baseada no princípio similia similibus curantu, semelhante pelo semelhante se cura, a homeopatia se dá a partir da diluição da mesma substância que produz o sintoma no indivíduo, bem parecido no ato de aplicar veneno de cobra em uma pessoa que acabou de ser picada, porém, de forma mais complexa e baseada em outros princípios. Dentro desse tipo de medicina, a doença se trata de uma perturbação da energia vital, estando a homeopatia, então, responsável por provocar o restabelecimento do equilíbrio desta energia. Além disso, o sistema natural de cura de uma pessoa é estimulado a restaurar a saúde por conta própria, num processo de dentro pra fora, curando a pessoa como um todo e não somente a doença que a aflige.
As diferenças entre a homeopatia e a medicina tradicional são grandes. Além dos princípios utilizados, nela a fabricação da medicação também se difere. De acordo com Ernandes José Pereira, homeopata formado pelo curso Ciência da Homeopatia, na Universidade Federal de Viçosa, os remédios homeopáticos são feitos a partir do reino mineral, animal e vegetal, diferentemente dos remédios de origem química que são usados pela medicina tradicional. Segundo o homeopata, remédios da indústria farmacêutica diminuem ou neutralizam os sintomas, porém podem suprimir os sintomas gerando outras doenças, “quer seja pela supressão de sintomas ou mesmo pelo uso contínuo deles, tornando a pessoa quase sempre dependente do remédio, do sistema e do profissional”, alerta.
Pereira ainda destaca que mesmo a homeopatia tendo se tornado uma especialidade médica, não é de uso exclusivo da área, pois pela legislação brasileira, todos de qualquer área, após uma formação em homeopatia, podem não só a utilizarem como também indicá-la.

AROMATERAPIA
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"A aromaterapia é como se você estivesse bem carregada e entrasse em uma mata. A mata vai promover uma limpeza energética, é outra vibração, outra frequência. Então, são energias muito sutis que dão forma a algo palpável" - Maíra Oliveira, aromaterapeuta.
A aromaterapia é um tratamento complementar, pois não substitui o tratamento médico, que se dá através dos óleos essenciais, substâncias concentradas extraídas de plantas aromáticas que agem no nosso subconsciente trazendo questões do emocional, psíquico e do físico, com ação fungicida, bactericida, produção de colágeno, retirada de rugas e tratamento de manchas.
Maíra Oliveira, 29 anos, é formada em Engenharia Química, mas se deparou com a aromaterapia por meio dos estudos de cosméticos naturais. Logo, começou a estudar e se aprofundar, cada vez mais, até fazer um curso. “A aromaterapia é como se você estivesse bem carregada e entrasse em uma mata. A mata vai promover uma limpeza energética, é outra vibração, outra frequência. Então, são energias muito sutis que dão forma a algo palpável", explica.

Esses benefícios energéticos são colhidos através do uso das ervas e plantas de forma medicinal há mais de 7.000 anos antes de Cristo. Povos como os egípcios, utilizam das plantas e olíbano - resina usada na feitura de incenso - para cura e também para a conservação das múmias dos faraós, por exemplo, por conta de suas propriedades que atuam na pele. A sua produção era realizada com o macerar das plantas, usando chás e pomadas até surgir o primeiro destilador. A partir de então, iniciou-se a fabricação dos óleos essenciais líquidos e de perfumes. Atualmente, a aromaterapia pode ser feita das duas formas, tanto a mais tradicional no tratamento com banhos, compressas e argilas, quando com maneiras mais recentes, como a utilização de um difusor pessoal ou de ambientes, diluído em cosméticos, entre outros.
O atendimento, no caso de Maíra Oliveira, é feito durante um ciclo de 21 dias e 7 de descanso, e custa, em média, R$80,00. De acordo com a aromaterapeuta, em Uberlândia, a cidade em que atua, muitos não valorizam e não reconhecem o valor monetário por se tratar de produtos naturais. Por outro lado, ela explica que algumas pessoas se interessam pelo cosmético em si e o aroma, mas quando explicada a sua função terapêutica mostram uma certa resistência. “No começo eu explicava o efeito dos óleos essenciais, mas se a pessoa não estiver buscando aquilo, ela vai ficar mais resistente, com um certo receio e pode deixar de consumir.”, esclarece.

Outra questão interessante em relação a comercialização dos óleos, é o caso da “doTerra”. A empresa que foi fundada em 2008 com a missão de “compartilhar óleos essenciais de pureza garantida pelo mundo”, é uma das principais - se não a primeira - do ramo no Brasil. Embora torne acessível esses produtos, eles são substâncias hiper-concentradas que estão sendo comercializadas sem uma recomendação terapêutica. “Uma gota é igual a 25 xícaras de chá”, - afirma a aromaterapeuta, quando se refere a ingestão. “É uma automedicação. E até que ponto a pessoa está disposta a estudar e realmente entender aquilo que ela está usando? ”, questiona.
Além disso, o alerta fica para quem se trata com aromaterapia no geral. A intoxicação da parte dos profissionais, por conta do manuseio de litros de especiarias é comum. Mas, se o consumidor com seus potinhos que são lacrados - pois, o líquido é volátil e evapora rapidamente - está se intoxicando, há algo errado e está, totalmente, ligado a dosagem do produto. Assim, é importante rever o uso da substância.

Ainda no caso de empresas, é comum observarmos o uso de essências para o Marketing Sensorial de lojas, principalmente de roupas, perfumes e comidas. Mas, o movimento agora é através dos próprios produtos, a chegada do Slow Beauty trouxe uma onda de produtos naturais para o mercado, prezando pela beleza natural e o tratamento gradual e orgânico da pele e corpo.
Os fatores que levam as pessoas, em especial as mulheres, a aderir a esse tratamento são muitos, mas entre os principais estão: a redução do impacto ambiental, de substâncias químicas no corpo e pela causa animal, pois os produtos não são testados em animais. No final, seja com o intuito medicinal ou, meramente estético, as folhas, flores, raízes, frutos e, até cascas são eficientes em sua ação interna e externa no corpo, comenta Maíra.

Foto: Túlio Daniel
YOGA
“Meu objetivo pós término do curso de formação era iniciar um projeto voluntário para dar oportunidade às pessoas de conhecerem o Yoga, e sentirem seus benefícios, já que sempre ouvia pessoas me queixarem de stress, ansiedade e depressão” - Divina Nunes, mestre de Yoga.
O Yoga é uma prática que combina meditação com exercícios físicos, tornando o corpo como uma ponte para a alma. Através de movimentos específicos, o yoga acaba não desenvolvendo apenas o corpo, mas também as capacidades mentais e até mesmo espirituais. Seus exercícios enfatizam a coluna vertebral, que abriga o sistema nervoso. Logo, ao se manter a coluna forte e flexível através de exercícios, a circulação do sangue e os nervos assegurarão o fornecimento de nutrientes e oxigênio para o cérebro, auxiliando na prevenção e cura de certas doenças.
Divina Nunes de Oliveira ministra aulas de yoga semanalmente na Universidade Federal de Uberlândia, e de acordo com ela, essa prática faz o indivíduo adquirir força, flexibilidade e consciência corporal. Com a prática, o sistema endócrino é equilibrado, melhorando as funções do organismo. Ainda segundo a mestre de yoga, a meditação possui papel fundamental na manutenção da serenidade, na concentração, aumento da memória e maior controle sobre ações. “Você passa a se sentir mais presente no aqui e no agora, controlando seu nível de ansiedade. O Yoga faz você se sentir em paz e conectada com a energia cósmica”, esclarece.

Asanas são as diversas posturas fixas que se deve manter durante a prática do yoga. | Foto: Túlio Daniel
De acordo com a mestre, cada postura ou “asana” (pronuncia-se “ásana”, termos em sânscrito que significa “postura” ou “assento” confortável equilibrado) tem seu propósito, onde todas atuam de uma forma global e não isolada. “Há posturas que atuam nas glândulas do sistema reprodutor, ativando e equilibrando a liberação dos hormônios, mas, também, trabalham na abertura de quadris e flexibilidade”, instrui Divina Oliveira. “Porém todas as posturas atuam no equilíbrio dos chakras, sempre aliadas à respiração correta, que deve ser lenta, silenciosa e profunda”, elucida.
CONHEÇA OS CHAKRAS

Energia é tudo o que vibra, seja a luz, o som ou até mesmo a água. Dessa forma, tudo que existe no universo é composto por energia, no caso do nosso corpo, energia condensada em matéria. Como seres energéticos, cada ser vivo possui um aura, ou seja, um campo magnético que o protege e o diferencia dos demais seres. Na aura existem aberturas que fazemos trocas energéticas com o ambiente, com outros seres e com a natureza, como veremos mais abaixo. Essas aberturas são conhecidas como chakras, que podem ser equilibrados através do yoga, como dito anteriormente.O ser humano possui sete chakras principais, com posições e funções específicas, onde estão localizados os pontos principais de energia.
Desse modo, o yoga passa a ser uma forma de como devemos levar a vida, sendo um exemplo de combinação perfeita entre corpo, mente e alma. Assim, ele funciona para todos os tipos de pessoas e seus benefícios são os mais diversos, aumentando a qualidade de vida de quem o pratica. “Tive mais consciência de mim mesma, aprendi a me conhecer melhor e a lidar de forma mais leve com a vida. Aprendi a respirar com mais tranquilidade e focar mais em minhas atividades e no trabalho”, revela a mestre. “Vi o quanto sou capaz de avançar na minha prática e o quão importante é se dedicar, ter auto esforço e disciplina. Acredito que melhorei como ser humano, tendo mais paciência, respeitando mais a mim mesma e o outro, e estando mais atenta às minhas atitudes perante a vida. Deixei de ingerir carnes e procuro ver a natureza e todos os reinos como criação pura de Deus, e por isso honrar e respeitar”, expõe Divina Oliveira.
Além da respiração, outro ponto importante para a prática do yoga é o relaxamento. A correria do dia-a-dia faz com que quase não temos tempo para relaxar, porém o descanso é uma forma natural para repor energia, que muitas vezes é gasta desnecessariamente. Desse modo, o yoga torna-se uma perfeita e necessária combinação entre meditação, posturas físicas, relaxamento e respiração.


ACUPUNTURA
“...Toda doença é provocada pela distorção da energia. (...) A agulha é como um pára raio, saí o que tiver que sair e entra o que tiver de entrar e começa a regularizar.” - Chay Borges, acupunturista.
“O sangue corre dentro das veias, o impulso elétrico corre no nervo e existe a energia que corre dentro de meridianos”, explica o acupunturista Chay Borges Costa, 32. Os canais de energia possuem acúmulos, como se fosse uma caverna da energia Chi, isto é, a nossa energia vital. Então essa energia é fabricada pelo corpo na sua própria forma, ou seja, na forma do que respiramos, que comemos, está em tudo. Mas, dependendo da forma que ela age e no lugar que está, ela recebe um nome e uma função diferente.
Ninguém sabe a origem da acupuntura, embora exista uma filosofia da forma como funciona o corpo e como tratá-lo. De toda maneira, a acupuntura, também, não depende de fé, pois se forçar uma pessoa a fazê-la, funcionará da mesma maneira. Então, de acordo com Borges, “a acupuntura é movimentar a energia que está parada, aumentando onde tem pouca e diminuindo onde tem muita para regularizar o Chi no corpo da pessoa e acabar com a doença, pois toda doença é provocada pela distorção da energia”.
Assim como a medicina tradicional, essa prática pode tratar quase todas as doenças. Chay cita que “o ‘tchan’ da acupuntura é você saber identificar a doença”. Os exames médicos, nesse caso, não funcionam. Além disso, segundo ele a identificação na acupuntura é saber o constitucional, como o biotipo, em que elemento (fogo, terra, metal, água e madeira) se encaixa no olhar e, analisar o pulso e a língua, principalmente para saber que síndrome que está no corpo. O profissional garante que a acupuntura só não pode tratar uma doença quando o próprio acupunturista não sabe decifrar o constitucional do paciente, isto é, identificar a doença. Ele assegura que “para a acupuntura não fazer efeito, só se a pessoa não souber fazer”.

Arte: Dr. Carlos Alberto de Castro Filho. Fonte: Acupuntura Equilíbrio
Quanto aos instrumentos e o tratamento em si, tudo é baseado em movimentar a energia. Segundo o especialista, a agulha pode aumentar, diminuir e desbloquear a energia. Ela é como um pára raio, sai o que tiver que sair e entra o que tiver de entrar, se regularizando. Para movimentá-la de forma mais rápida, usa-se o Gua Sha, conhecido como raspagem. Caso seja necessária mais intensidade para mover a energia de dentro pra fora usa-se a Ventosa. E, por fim, para dar mais energia para determinado ponto, é preciso esquentar a agulha, essa ação é chamada de Moxa.
“Tem uma paciente minha que tem 70 e poucos anos e é obesa. Ela tem desgaste ósseo no joelho e tem problema nos ossos desde os 12 anos. Ela nunca tinha feito acupuntura e quando pensou em fazer, contou para o médico e ele disse que não ia adiantar, porque ela era muito gorda e a agulha não ia chegar no ponto”, relata Chay Borges. “Então, ela começou a fazer (acupuntura) e está dando resultado, para vergonha médica, está dando resultado. Salientando também, que é interessante que os únicos dois casos de morte por acupuntura no mundo, foram causados por médicos”. Vale ressaltar que não é necessário abandonar o tratamento convencional de uma doença para a prática da acupuntura, podendo o paciente conciliar ele com o tratamento alternativo.


Fotos: Ligia Cypriano
No dia da entrevista com Chay, eu Túlio, fui convidado a passar pela experiência da acupuntura, que até então nunca tivera. Inicialmente, ele perguntou o que eu queria que fosse tratado antes de fazer o diagnóstico. Relatando a ele o meu cansaço e sobrecarga, o acupunturista analisou meus pulsos, olhos e língua, já que diversos tipos de problema, sejam físicos ou mentais, podem ser identificados por essas partes do corpo. Então, ele identificou meu biotipo, relacionado ao elemento fogo e ao coração. De acordo com o profissional, eu possuo algum dom que deve ainda ser trabalhado, além de possuir um problema crônico no coração, que pode ser no sentido físico ou sentimental, e que não necessariamente representa algo ruim.
Com isso, foram aplicadas agulhas nos meus joelhos, barriga, peito e testa. A aplicação é imperceptível, exceto a do peito que ele quis dar uma intensificada. Fiquei de repouso alguns minutos para que a troca de energia fosse realizada. Por fim, as agulhas foram removidas. No momento, nenhuma mudança é sentida, vindo ela com o tempo e com o tratamento em outras sessões.

THETAHEALING
“Eu sempre começo a sessão perguntando pra pessoa se ela pudesse mudar alguma coisa na vida dela, o que seria? Porque sempre há um bloqueio, alguma coisa que ela gostaria de trabalhar” - Yuri De Bastiani, terapeuta com thetahealing.
O thetahealing é uma meditação guiada que promove cura física, psicológica e espiritual, a qual através da física quântica e com o contato com o criador, recriamos nosso sistema de crenças e despertamos um amor incondicional. Durante a sessão, o paciente entra no estado mental theta, que é bem parecido com o momento que se precede o sono, porém consciente. Com isso, ele é capaz de desbloquear traumas e limites adquiridos, compreender seus planos, expandir sua consciência e chakras corporais, além de transformar todas suas crenças limitantes em crenças possibilitadoras. O thetahealing pode ser praticado por todos e independe de religião. Sua ligação com o “criador de tudo que há”, como os adeptos falam, será a partir daquilo que você crê, seja Deus, Buda, Alá, Shiva, o universo ou simplesmente sua existência em si.
De acordo com Yuri De Bastiani, praticante de thetahealing, a meditação funciona a partir do processo de limpeza de crenças limitantes. “Através do escavamento do subconsciente, você pega a questão específica que o paciente trouxe e chega na raíz do problema. Com isso, você faz a limpeza da crença pré-estabelecida pela pessoa e substitui por uma crença possibilitadora, nutrindo o corpo dela com um download de crenças e emoções, assim fazendo com que a vida dela comece a mudar”, explica.
Em conversa com Bastiani, o rapaz contou que no final do seu ensino médio ele começou a entrar em uma depressão profunda. Buscando uma terapeuta, ele acabou conhecendo o thetahealing, já que ela começou a utilizar a prática no seu tratamento juntamente com outras terapias. “Eu comecei a gostar muito da técnica e de como isso estava reverberando pra mim. Fiquei sabendo de um curso aqui em Uberlândia e resolvi fazer, foi quando tudo começou a ficar diferente. Eu acredito que o que fez com que eu fosse atrás disso (do curso) foi como consegui me curar, mudar meu modo de ser e mudar as coisas ao meu redor. A partir disso, eu comecei a não mais agir com impulsividade, consigo ter controle do que acontece comigo e ao meu redor, a forma como eu trato as pessoas e como eu consigo lidar com as situações, agora com mais passividade e mais calma”.
Além disso, Yuri, que também realiza consultas, afirma que a técnica acaba fazendo com que haja uma troca mútua. “Atendendo eu consigo trazer aprendizados pra mim e para ambas as partes, porque é sempre muito lindo e maravilhoso. A maioria das questões tragas pelos pacientes são resolvidas em uma única sessão, sem ter que fazer algo de especial em casa”. Ele completa contando que o tratamento é uma forma de elevar sua vibração, então em casa, o que você deve fazer é o que te faz bem, te faz feliz, e se conectar com você mesmo.

MEDITAÇÃO
Os terapeutas holísticos costumam concordar que os vedas hinduístas estão entre as primeiras referências sobre a origem da meditação. A definição da prática pode mudar de acordo com o contexto, variando de qual religião tem origem ou se é usada de maneira secular. No meio acadêmico - em específico na pesquisa “Regulação de atenção e monitoramento em meditação” dos especialistas Antoine Lutz, Heleen A. Slagter, John D. Dunne e Richard J. Davidson - a meditação já chegou a ser dividida em dois tipos de abordagem. A "atenção focada", que compreende a concentração voluntária num objeto, respiração, imagem ou palavra. Já o outro tipo, o "monitoramento aberto" - utilizado na psicologia para reduzir problemas mentais, físicos e a dependência química - , envolve uma observação não-reativa do conteúdo da experiência que ocorre num dado momento.

A meditação pode ser utilizada por diversos motivos: desde a simples concentração dos pensamentos, até a busca pelo Nirvana. Segundo os livros de história como “Budismo Zen” de Heinrich Dumoulin, ela foi sempre usada e associada à prática espiritual e de autodescobrimento. A meditação é verdadeiramente uma experiência de mudança no cérebro, emocional, espiritual e fisicamente. Nossos próprios pensamentos, as percepções sobre nossas vidas ajudam a moldar as estruturas físicas do cérebro.

Foto: Ligia Cypriano
A meditação traz impactos profundos na redução dos níveis de cortisol, prevenindo doenças relacionadas ao estresse. Em 2014, o Departamento de Medicina da Universidade Johns Hopkins, divulgou um relatório afirmando que alguns dos benefícios da meditação que já foram comprovados em estudos e ensaios clínicos, incluem redução dos riscos de obesidade, do consumo exagerado de alimentos, da dor crônica, melhora a qualidade do sono, recuperação de doenças crônicas, como câncer e doenças cardíacas, é tratamento de transtornos mentais, como transtorno bipolar / depressão maníaca, transtornos alimentares, entre outros.
Em Uberlândia, um dos grupos que trazem essa prática é o “Meditação com Tambor”, realizado na UFU, atualmente, no Campus Santa Mônica. O projeto teve origem com Thaíke Augusto e Stella Maris há quatro anos no Campus Umuarama, e hoje ele continua, mas sendo ministrado por Stella e a irmã mais nova de Thaíke, Thaís Helena.
Dentro de um ambiente universitário as pessoas estão, constantemente, em estado de estresse, grande parte por conta do acúmulo de tarefas da faculdade e a pressão familiar. Segundo o Comunica UFU, cerca de 30% dos alunos consultados em pesquisa da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) procuram apoio psicológico e 10% utilizam medicamentos psiquiátricos. Assim, o Meditação com Tambor proporciona aos alunos sentar na grama e fazer meditação, primeiro como uma forma de revolução, depois como uma maneira de impactar suas vidas. Meditações como essa que vamos deixar abaixo, acalmam e trazem tranquilidade para todos jovens da UFU que desejem participar desse agrupamento.
Cada estudante possui uma experiência diferente do outro, mas é uma energia de bem estar e vida mútua. Também são trabalhadas temáticas para que as pessoas possam sair de lá refletindo e observando coisas que estão acontecendo no mundo ao seu redor e comportamentos ruins em si mesmos. Esses estudantes param tudo o que estão fazendo e vêm se entenderem melhor, sair do modo automático, respirar, prestar atenção e encontrar paz nesse mundo caótico.
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