
A BATALHA DAS TELAS
A revolução tecnológica do streaming e o impacto causado no hábito de ver televisão
Por Josias Ribeiro e Beatriz Evaristo
Após um dia exaustivo no trabalho, tudo o que Danielle Abel, 39, quer é sentar em seu sofá e assistir à televisão. Mas, agora, com tantas possibilidades e opções, o que assistir? “Na minha época, quando tive minha primeira televisão, a única opção de programa era o que passava nos canais [abertos], nada mais”, lembra referindo-se à programação que as próprias emissoras de canais estabeleciam e, hoje, ela sabe que o poder está em suas mãos. O que ocorre com Danielle é uma característica das audiências, na contemporaneidade, mais ativas na montagem da própria programação.
Décadas se passaram desde o advento da televisão e toda a cultura que ela formou, mas cada dia que passa, os meios tecnológicos conseguem alterar e melhorar, ainda mais, os serviços que a televisão fornece. O que antes era apenas um meio para transmitir imagens e áudios, atualmente, se tornou uma forma de interação entre telespectador e aparelho.
O questionamento que Danielle se faz sempre que para pra assistir televisão, é o mesmo que muitas outras pessoas têm. A televisão, nos dias atuais, possui diversos recursos que acrescentam opções diferentes para o telespectador assistir sua programação como bem entender, as mais vistas e utilizadas, hoje, são os recursos da Smart TV, os canais por assinatura e os serviços de streaming.
Segundo o dicionário online Dicio, streaming é uma tecnologia que através da transferência de dados envia informações multimídias, sendo assim, utiliza de redes de computadores, como a internet e foi criada para tornar as conexões mais rápidas.
O streaming está presente em nossa sociedade desde 1995, quando houve a primeira transmissão ao vivo do jogo de Beisebol via internet, em Washington - EUA. No ano seguinte, essa tecnologia já aparecia no Brasil com o cantor Gilberto Gil e sua banda ao tocarem no escritório da Embratel como forma de propaganda online.
Esse serviço possibilita o usuário reproduzir mídia, como vídeos que podem ser acessadas a qualquer hora, o live streaming possibilita também a transmissão ao vivo, como em programas de televisão. Além disso, a tecnologia proporcionou que aplicativos de celular/computador fossem criados para utilizar esse serviço a qualquer horário e local que o usuário queira.
É por esses fatores que os consumidores televisivos que possuem acesso a esse tipo de serviço ficam tão indecisos e perdidos em um mundo repleto de diferentes opções. É por isso, também, que os serviços de streaming estão ganhando força e conseguindo cada vez mais audiência. Em uma pesquisa da Ampare Analysis, publicada na revista The Hollywood Reporter, realizada neste ano, os serviços de streaming podem superar o faturamento das bilheterias de cinema de todo o mundo.
A força que esses serviços vem ganhando é gigantesca, mas ainda não é possível conseguir os números exatos da audiência, já que as próprias empresas não fornecem esses dados. Entretanto, só de entrar em redes sociais como o Twitter ou Facebook, é notório ver que há um mundo muito abrangente, que há brincadeiras, vídeos, gifs, imagens e todas as mídias possíveis que se relacionam, uma hora ou outra, com séries disponíveis.

Foto: Beatriz Evaristo
TELEVISÃO vs SERVIÇOS DE STREAMING
Enquanto Danielle tem uma gama de possibilidades para assistir, variando entre séries, filmes, novelas e programas televisivos em seu horário vago. Henrique Martins, 22, aguarda o horário em que sua novela favorita, Verão 90, irá começar assistindo ao telejornal de sua cidade, informando-se sobre os acontecimentos locais. Já a Anna Júlia Rodrigues, 19, não precisa aguardar ou decidir o que irá assistir, pois ela possui um aplicativo de serviços de streaming no seu celular. Pelo dispositivo móvel, ela assiste à série preferida, Brooklyn nine-nine, a qualquer momento do dia, desde que esteja conectada a uma rede de internet.
São essas algumas das inúmeras cenas do cotidiano. São essas as possibilidades que o universo tecnológico forneceu para a atual cultura. Decidir o que vai assistir, como e onde, por quanto tempo, se deixa todos os afazeres para “maratonar” aquela série nova que todos comentam ou se, simplesmente, vai ligar a televisão, colocar em um canal que mais agrada e deixar a programação rolar enquanto realiza outras tarefas.
No entanto, todos esses benefícios dados aos telespectadores podem ter um lado negativo ao mercado econômico. Com essa variedade de opções, acabou criando um mercado televisivo muito maior e, logo, as brigas por audiência e por visibilidade cresceram. Será que há rivalidade entre a boa e velha programação dos canais televisivos e o sistema não linear dos serviços de streaming?
Atualmente, em todos as redes sociais é possível encontrar algum resquício de propaganda das novelas, programas, trailer de séries e filmes. O Instagram é um grande exemplo, nele é possível encontrar os perfis dos próprios canais televisivos - como da Globo, SBT e outros - que ajudam a promover a imagem do determinado canal e interagir ainda mais com o seu público. É fácil de encontrar também propagandas do Google Play, Netflix e ainda do próprio YouTube, vendendo a plataforma como mais uma tela para o público acompanhar determinadas novelas, séries e outros.
Video: Beatriz Evaristo
Os hábitos mudaram, hoje, é mais comum ver um ciclo social só de pessoas que assistem determinada série ou até mesmo seguem aquele youtuber famoso, junto com a tecnologia, as interações sociais mudaram, estão mais velozes, mais dinâmicas. É o caso de Bárbara Pansardi, 19, e Beatriz Tereza Santos, 20, elas são amigas, há mais de quatro anos, e o que uniu elas foi a paixão pela série Pretty Little Liars, uma série de televisão norte-americana que está disponível na Netflix.
Entre os grupos e comunidades do Facebook sobre essa série, sem querer, as meninas se conheceram, começaram a conversar sobre a série e todo seu enredo e assim descobriram o que era uma amizade virtual, hoje elas têm a própria página, “A’s meninas malvadas” da série na rede e, consequentemente, conheceram inúmeras outras pessoas a partir desse amor.
Um estudo realizado pela Universal TV no ano de 2018, feito com mais de 41 milhões de pessoas mostra que, atualmente, 51% dos brasileiros consomem séries, tanto por streaming quanto por TV convencional. Esse dado mostra o quanto a população está ligada a essa nova era, pois já atinge mais da metade da população e é um fator relativamente novo.
Há quem diga que a televisão – canais televisivos – e os serviços de streaming possuem uma rivalidade, pessoas que elencam fatores que favorecem e desfavorecem ambos, mas a realidade é que essas duas modalidades possuem diferenças que se complementam e satisfazem cada vez mais o público. Como é o caso da Danielle, que abre esta reportagem. Ela assina canais pagos e a Netflix, mas o serviço de streaming se tornou quase essencial e obrigação para ela, já que nem sempre o que passa nos canais de TV a agrada.
Já para a rotina de vida de Matheus Barreto, 25, é muito mais prático e útil, segundo ele, ter o serviços de streaming, como a Netflix, instalados no seu celular e acompanhar todas as suas séries e filmes durante os intervalos do trabalho, da faculdade ou, ainda, no deslocamento de um lugar para o outro. “Minha vida é muito rápida, não tenho tempo para sentar em frente uma TV, decidir o que vou assistir e correr o risco de nem estar passando aquilo que desejo ou até já ter perdido o começo.” Com essa nova tecnologia ele consegue se distrair, ficar por dentro dos lançamentos e ainda coincide com seus horários livres. “Eu me sinto o dominante, o que não acontece com os programas televisivos”, avalia.

Foto: Beatriz Evaristo
No entanto, a televisão, além do recurso de entretenimento, possui a função de informar, levar notícia do país e do mundo para a população, ainda que seja possível acessar essas informações via celular. A relação do usuário com a televisão, com os programas, se torna mais afetiva e humanizada, já que tem essa noção do jornalista estar falando diretamente com o usuário.
Ainda assim, quando vemos o lado do entretenimento televisivo, os números de audiência não são tão satisfatórios, já que com os streamings a população pode assistir a qualquer série e vídeo na hora, local, quantas vezes quiser. Já na televisão convencional, a programação é fixa, o usuário sabe que se ligar a televisão às 20h, em alguns canais, irá passar novelas e se já tiver começado, não tem a opção de assistir desde o começo – função na qual o serviço de streaming e de TV por assinatura oferecem.
ATÉ SE ENTUPIR!
Em contrapartida, a toda essa praticidade que o serviço de streaming oferece, o desenvolvimento de compulsões cresceu, como a binge watching, que a tradução mais próxima seria compulsão de assistir, principalmente séries, até se entupir. O termos mais comum para designar essa ação é “maratonar”. “Maratonar é uma forma de consumir conteúdo audiovisual, acelerada e incentivada pelos serviços de streaming, que influencia não só na nossa maneira de assistir filmes e séries fora destas plataformas, mas até mesmo no formato das produções atuais”, explica a especialista e pesquisadora Beatriz Mello,do canal Mixido, no Youtube. “Produções que antes lançavam episódios, semanalmente, hoje têm uma temporada inteira despejada no aplicativo que cabe até em um celular e que ainda oferece opção de download para assistir em qualquer lugar”. Esse problema é saciado até mesmo pelas plataformas de streaming que induzem o usuário continuar assistindo. Os jovens chamam esse ato de “maratonar”, não veem malícia, mas muitas das vezes eles deixam de realizar alguma atividade para ficar horas e mais horas assistindo esse conteúdo.
O pesquisador Humberto C. Rezente, no artigo Maratonas de vídeo e a nova forma dominante de se consumir e de produzir séries de televisão” no qual ele analisa o binge watching. “O que hoje chamamos de binge watching ou um assistir compulsivo demandaria de três pilares básicos, um deles é a tecnologia com a facilidade de acesso, o espectador escolhe o que e quando assistir o conteúdo. A outra é o comportamento do consumidor mais ativo, buscando informações e “evitando spoilers” em redes sociais e sites ou blogs, formando nichos sobre atrações. O terceiro pilar seria a complexidade das narrativas. A forma de se contar as histórias mudou. E mudou porque a natureza do negócio audiovisual permitiu isso com essas novas tecnologias que alcançaria, então, esse espectador mais pesquisador, detetive de mistérios.”, destaca.
Quando o assunto é maratonar Camila Soares, estudante de Engenharia Civil da faculdade do interior de São Paulo, Unifabibe, entende bem. Ela conta que quando começa assistir uma série não há nada que a faça parar de assistir. “Eu gosto de ver tudo de uma vez, pois sou ansiosa”, revela, do contrário, segundo ela, passaria o resto do tempo pensando em como aquela trama da série preferida. “Quando comecei a assistir a série da Netflix, La casa de papel, eu terminei a primeira temporada em menos de 15 horas e fiquei super mal por ter que esperar quase cinco meses para a próxima temporada”, admite.
Parte 2
Do primeiro ao mais recente aparelho de televisão, disponível no mercado, é possível notar uma diferença gigantesca, da introdução das cores, aos modos de transmissão simultânea com pouquíssimos ruídos e diversidade na programação. Porém, apesar disso, algo ainda parece prevalecer ou permanecer: a TV ainda é uma das formas de entretenimento preferidas das pessoas, com ampla inserção na sociedade e audiência.
Uma pesquisa divulgada pela Motorola Mobility, em 2013, revelou que o público brasileiro está entre os seis que mais assistem televisão no mundo. Segundo o estudo, os Estados Unidos estão em primeiro lugar no ranking, com média de 23 horas semanais por pessoa dedicada à TV. Logo em seguida vem, Índia, China, Malásia e Turquia, empatadas em segundo, todas com 22 horas de média. O Brasil, como já foi dito, compõe esse grupo com 20 horas semanais.
Apesar de os serviços de streaming já estarem disponíveis, naquele ano, os dados já sinalizavam, também, uma mudança no mercado, pois, outra pesquisa, da Demanda, empresa brasileira especializada em pesquisa de mercado, divulgada no início de 2019, informa que o streaming já responde 37% da audiência no Brasil - a média mundial é 29%, de acordo com a pesquisa.
Diante desses dados, a batalha das telas parece que vai permanecer um tempo em cartaz, pois incide sobre um aspecto cultural. De acordo Rafael Fialho, pesquisador no campo dos estudos de televisão no PPGCOM/UFMG, por mais que possamos ler e acompanhar as notícias pela internet, pela praticidade, sempre corremos para a televisão para conferir se aquele fato realmente aconteceu. Ainda segundo ele, “a televisão ainda é uma instância de credibilidade, de validação daquilo que é noticiado em outros meios. Inclusive, saiu uma pesquisa recentemente mostrando que a TV aberta é o veículo de maior credibilidade do país. Todo ano é feita essa pesquisa pela secretaria de comunicação social do governo, que faz essa pesquisa de consumo de mídia no país”.
O público brasileiro ainda consome programas televisivos. Isso pode estar relacionado ao acesso a novas formas de transmissão e dispositivo e ao hábito de buscar informação e entretenimento na TV. Isso pode ser observado quando se considera a audiência das novelas e dos programas esportivos que possuem um público fiel e cativo.
TV paga
Concomitante a isso, a TV paga vem sofrendo com cancelamentos, pois cada vez menos brasileiros estão interessados em seus produtos. Em dados divulgados, no primeiro semestre de 2019, pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), 900 mil residências no Brasil cancelaram seus pacotes de TV paga. Ainda segundo a agência , no Brasil, há apenas 24,8% dos domicílios com TV por assinatura. Essa tendência vem ocorrendo, há cinco anos, ou seja, a perda de assinantes pelos pacotes de TV paga é um processo contínuo, ao que parece, pois mais consumidores e consumidoras optam por outros serviços de transmissão que lhe permitem mais liberdade, além de um preço mais em conta, é o caso dos serviços de streaming.
A professora aposentada, Mariade Ribeiro, 56, mora em Pedra Azul (MG), e é um exemplo de consumidora que cancelou o pacote de TV por assinatura, recentemente. “Os pacotes de TV por assinatura estão muito caros e não compensa pagar por um serviço que não está me satisfazendo”, avalia. “Como ainda trabalho, não tenho tempo para assistir os programas nos horários e acabo não fazendo muito sentido assiná-lo. Pensando nisso, assinei o serviço da Netflix, ainda estou testando pra ver se vale a pena e estou muito contente com o que tem acontecido, muitos programas bons e eu posso assistir onde e quando quiser.”, explica.
O desemprego, a queda da renda e consequente corte nos gastos das famílias, também, estão entre as possíveis causas para o cancelamento das assinaturas de TV. O desemprego, segundo dados divulgados, em abril de 2019, pelo IBGE o número de alcançou a marca de a 12,7% no trimestre que foi encerrado em março. Dados da Anatel, mostram que em 2014 havia por volta de 19,8 milhões de residências no país com pontos de TV paga. Já em abril de 2019, esse número caiu para 17 milhões.
Audiência em alta
O streaming, por mais que possa parecer estranho, já tem um longo percurso de história. Alguns dos seus principais produtos são mundialmente conhecidos e utilizados. Existem vários meios e plataformas que transmitem esses conteúdos, o mais famoso mundialmente é o YouTube, plataforma de vídeo online. Além dele existem outros serviços como Spotify, serviço de streaming de música, Netflix, Google Play, Hulu, Amazon Prime, Tidal, entre tantos outros.
De agora em diante entraremos mais a fundo, analisando alguns deles e suas respectivas audiências e críticas. Só que, antes disso veremos alguns dados do uso desse serviço no país.
Segundo dados da Anatel, a banda larga fixa se manteve quase estável no mês de março deste ano, tendo um número de mais de 31.4 milhões de acessos. No total, ao redor do país mais de 45,2% dos domicílios brasileiros, contem serviços com banda larga fixa. Em janeiro de 2011 esse número era de 14.5 milhões de acessos, ou seja, oito anos depois esse número duplicou.
Essa mudança sentida nos dados da Anatel, corrobora para as falas de tantos especialistas no assunto quando nos referimos ao crescimento dos serviços de internet no país. Muitos apostam que os serviços de streaming é o futuro do entretenimento e meios de comunicação de modo geral.
O Youtube sendo o maior serviço de streaming atualmente apresentou em 2016, durante a quarta edição da festa anual Brandcast, evento da empresa, dados interessantes a respeito de sua audiência. Com base em estudo da Nielsen, rede de pesquisa e informação a respeito de mercados, o Youtube alcança mais pessoas entre 18 e 49 anos durante o horário nobre do que todos os outros 10 maiores programas de televisão norte-americana combinados. Nesse mesmo evento, foi anunciado que o Interpublic Group, uma das maiores agências de publicidade do mundo, planejava mudar seu investimento da TV para o Youtube, esse investimento avaliado em 250 milhões de dólares.
Enquanto o streaming e o vídeo sob demanda avançam, a TV por assinatura perde clientes. Segundo especialistas, a tendência é irreversível e obrigará as empresas a se ajustarem aos novos tempos. Prova disso, é o caso da professora Mariade Ribeiro que cancelou seu pacote de TV por assinatura e decidiu investir seu dinheiro nos serviços de streaming.
Apesar de serem dados extraordinários, são vagos, pois não apresentam exatamente a quantidade de pessoas que assistem ou comparações de audiência com programas de televisão. Ainda assim não perdem sua credibilidade e importância no mercado, afinal ele só representa o que o mundo está vivenciando, uma migração de usuários e investimentos da televisão, antes visto como meio de maior impacto e influência, para os serviços de streaming, até então taxados como o futuro da comunicação.
Outro gigante dos streamings é a Netflix, que vem se tornando a “queridinha” de muitas pessoas. Segundo levantamento feito pela empresa Cowen & Co., de Wall Street, publicado em 2018, a popularidade da Netflix supera a da TV tradicional americana com uma preferência de 39,7%, enquanto TV a cabo, por exemplo, fica apenas com 12,6%. Apesar de serem dados que tange apenas a sociedade norte americana, é importante levar em consideração, afinal, esse mercado influenciou e continua tendo muito impacto nas produções e investimentos mundiais.
Até 2018, a Netflix tinha uma base mundial com mais de 130 milhões de usuários. Ainda assim, a Emarketer, mensurou a adesão da Netflix, estima que cerca de 765 milhões de pessoas em todo o mundo vão adotar serviços de vídeo sob demanda pelo menos uma vez naquele ano. E a pesquisa aponta que 44% desse público irá optar pela plataforma Netflix. Os três países que mais aderem aos serviços da Netflix são, Canadá, Noruega e Estados Unidos com 56,3%, 62,4% e 64,5% de adesão respectivamente.
A BATALHA
Em busca de colocar em prática a temática da reportagem, o vídeo a seguir simulará uma batalha, que contará com três rodadas, cada uma com uma temática diferente. Ao final de cada rodada você terá a possibilidade de votar e decidir qual dos dois lados, TV ou streaming, se sobressaiu. Dessa maneira o resultado dessa batalha será decidido por você. Entre e se divirta!
Parte 3
Diante da concorrência com streaming, as emissoras de TV passaram a incorporar em seus programas estratégias típicas desse serviço, além de disponibilizar no mercado aplicativos que oferecem praticidade aos seu público.
A HBO, por exemplo, criou o HBO GO, aplicativo de celular e computador, que oferece seus programas na íntegra para os assinantes. Em outubro de 2015, a Rede Globo lançou a plataforma digital Globo Play com a cartela de programas jornalísticos, esportivo, de entretenimento e dramaturgia, em cartaz hoje ou já exibidos em anos anteriores. A rede de filmes Telecine, que entrou na onda e criou o seu próprio aplicativo, Telecine Play. De certa forma, a televisão está migrando aos poucos para as plataformas digitais que oferecem vídeos sob demanda, o VOD (video on demand) e escutando os clamores do público.
Telenovelas
O carro chefe da programação da TV brasileira, em emissoras como a Globo, SBT e Record TV, as telenovelas seguem com um público fiel.
Segundo o site “Observatório da Televisão”, algumas das maiores audiências conquistadas na TV nacional são das seguintes novelas: Selva de Pedra (Globo, 1972), Gabriela (Globo, 1975), Roque Santeiro (Globo, 1985), Rainha da Sucata (Globo, 1990) e Senhora do Destino (Globo, 2004). Avenida Brasil (Globo, 2013), Carrossel (SBT, 2013), Os Dez Mandamentos (Record TV, 2015) e A Força do Querer (Globo, 2017) terminam de compor esse ranking quando analisados seus índices e impacto nas redes sociais nos últimos anos. Destas, Os Dez Mandamentos e Carrossel foram disponibilizadas, também, na Netflix.
Em análise feita pelo site “Elife”, A força do querer bateu o recorde de Avenida Brasil com um crescimento de 66% no número de menções no twitter, quando se refere aos últimos 6 dias da novelas, com um total de 1,6 milhões de menções.
A Netflix dispõe de um catálogo específico para os noveleiros de plantão. Atualmente, a provedora tem em cartaz 25 telenovelas (e minisséries) nacionais e estrangeiras. duas são brasileiras: Escrava Mãe (Record TV, 2016) e A Terra Prometida (Record TV, 2016/17 - continuação de Os Dez Mandamentos). Há, ainda, a chance de conferir sucessos de audiência na América Latina como as narcotelenovelas A Rainha do Tráfico (Telemundo (EUA), 2011) e Pablo Escobar, El Patrón del Mal (Caracol Televisión (Colômbia), 2012).
A professora Mariade Ribeiro pontua que o que ainda a motiva a ligar e assistir televisão são as novelas. “Não consumo mais tanta informação pela televisão, mais ainda assisto algumas novelas, na verdade, a do horário nobre, que é quando tenho tempo. Assim mesmo se for uma novela boa, a anterior por exemplo não acompanhei, mais apesar de tudo a novela é ainda um fator que me motiva a ligar a tv”
A estudante Ana Carolina também reconhece que o ato de ver TV é impulsionado pelos capítulos das telenovelas e pelos episódios dos seriados. “Além de serem produtos de qualidade estão representando muito bem a realidade que estamos vivendo. A série Sob Pressão (TV Globo), por exemplo, mostra muito do descaso do governo com a saúde pública e, por mais que tenhamos consciência de que é ficção, sabemos que aquilo faz parte da nossa realidade, infelizmente”
Todas essas têm algo em comum, personagens marcantes, que cativaram e emocionaram o público, que proporciona todos os dias sua audiência em frente a tela da TV é a transmissão de informações ao vivo e a exibição de programas e eventos esportivos, que ainda estão em baixa nos serviços de streaming. Prova disso, a rede Globo de televisão conseguiu conquistar, em um dos jogos do Brasil na Copa do Mundo de 2018, sua maior audiência da década: 57 pontos de média e pico de 64, na grande São Paulo, de acordo com o Ibope. Cada ponto equivale a quase 72 mil domicílios ou 200 mil telespectadores.
O que os serviços de streaming oferecem?
Praticidade e mobilidade. Esses são os atrativos responsáveis pela migração de público da TV para o streaming. Para onde quer que uma pessoa vá ou esteja, basta ter em mãos um dispositivo móvel conectado à internet e acessar o app, assim é possível acompanhar a season finale daquela famosa série que todo mundo comenta.
Apenas isso não seguraria as pessoas, cada vez mais esses serviços vêm buscando oferecer mais qualidade aos seus usuários por um preço menor. Esses serviços tentam mapear o gosto de seu público, dando a oportunidade do usuário de dar um feedback rápido e instantâneo sobre o conteúdo que está consumindo, apenas apertando o botão de “gostei” ou não “gostei” no programa. Isso corrobora para que produtos semelhantes sejam recomendados ao usuário.
A teoria da Cibernética do filósofo e matemático Norbert Wiegner, tem como um dos pontos, justamente essa explicação do feedback em circularidade, onde o emissor e receptor estão a todo momento se comunicando e buscando melhorar o processo comunicativo por meio do feedback.
Mesmo não divulgando os dados de audiência, a empresa Parrot Analytics analisou fluxos, espectadores, engajamentos e outras coisas para determinar a base de público desses serviços. Alguns dos programas de maior audiência são: Narcos, Stranger Things, Orange is the new Black e Greys Anatomy na Netflix, The Handmaids Tale e The Path na Hulu e The Man in the High Castle, Transparent e Comrade Detective na Amazon Prime. Todos esses serviços são oferecidos ao público brasileiro.
Já a respeito dos canais do Youtube que possuem mais assinantes no país são: Kondzilla, Whindersson Nunes, Felipe Neto, Luccas Neto e Rezendevil. Juntos todos esses canais somam um total de 155 milhões de inscritos.
A seguir será exibido um teste do Buzzfeed em que você pode verificar qual serie/novela é a sua cara. Além disso, logo abaixo estará disponível o nosso podcast, que complementa toda essa reportagem, comentando sobre essa temática e falando sobre os nossos programas favoritos de ambos os lados.
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Foto: Josias Ribeiro

Foto: Josias Ribeiro

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